30 de setembro de 2007

Doce Gozo

Pôs-se, então, a se deliciar com o processo. Seu primeiro contato com tal alegria foi senti-la através dos lábios. A parte úmida destes que fica toda a vida intravertida, se comunicando apenas com os dentes, tinha agora a presença daquele objeto. Utilizando-se dos dedos para guiá-lo, deslizou-o por sobre a boca umedecida por inteiro, agora pela língua. Foi quando se sentiu invadida pelo entorpecimento que, naturalmente, tal objeto lhe causava através do contato com a mucosa e, ainda, por entre os dentes na gengiva. A sensação, provocando o ocular revirar das pálpebras, fez com que colocasse o tal objeto por inteiro dentro da boca, de uma só vez, chupando-o lentamente, agora livre dos dedos. Sugava e remexia-o com a língua procurando o contato com todas as cavidades daquela caverna vermelha e úmida. Em cada canto um gosto, um gozo. Seu corpo, agora, escorregava pelo sofá ,livre, pois havia encontrado o sumo daquilo que tanto chupava. Chupava, chupava. E a cada sugo seu, mais caldo soltava. Tratava, então, de engolir de uma só vez aquele caldo adocicado que se soltava e pensava na definição daquele momento. Foi, então, que desistiu de pensar. Catou no chão o papelzinho e leu: "bala de hortelã com recheio de caramelo".

13 de setembro de 2007

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3 de setembro de 2007

Carente de orvalho
lótus estirada [seca] quase pálida

nutrida por raízes de tropismos incertos