20 de outubro de 2008
COME-MOREMOS
"eM ciMA do gUarDa-chUva TeM a cHuvA, que tEm goTAs tãO liNdAs Que aTé dá vOntAde dE cOmÊ-laS..."
ENSAIO DOS BARCOS
Talvez porque fosse tudo muito novo e não te conhecesse bem, portanto não havia temor. Talvez pela falta de sentimento suficiente, ou melhor, talvez porque esse nascesse naquele exato momento e como sol poente, inversamente, o surgir da luz embriagava as pupilas."Sees the sun going down.." já diziam os Beatles.
Talvez por isso tudo tenha dito, a fim de que a frieza não me tomasse as mãos, cabelos, corpo inteiro.
Se compreendo? É óbvio, compreendo. Só preciso de tempo pra sentir.
Talvez por isso tudo tenha dito, a fim de que a frieza não me tomasse as mãos, cabelos, corpo inteiro.
Se compreendo? É óbvio, compreendo. Só preciso de tempo pra sentir.
15 de outubro de 2008
GERINGONÇA
É claro que é cedo,
aliás, por isso mesmo é claro
sol nascendo e indo embora ao mesmo tempo
- a mim também ofusca-
porém, de duas, uma:
a queima do livro,
ou a re-invenção do acaso
so fucking démodé, admito
carrego vermelho nas flores por detrás dos cílios.
aliás, por isso mesmo é claro
sol nascendo e indo embora ao mesmo tempo
- a mim também ofusca-
porém, de duas, uma:
a queima do livro,
ou a re-invenção do acaso
so fucking démodé, admito
carrego vermelho nas flores por detrás dos cílios.
12 de outubro de 2008
À METRÓPOLE
avenida paulista {ligia protti}
|
São Paulo traz uma sensação de imensidão inacabada, como grão de areia nas praias. É mais um com todos à volta. One more. Bicos arrepiados na ida ao teatro, as pessoas trajando preto, ausência de colores. A conversa com o professor que fedia a cigarro fez a fumaça me invadir as narinas e entortar os pêlos dos faceiros buracos. Dois gays sentados, conversando. Belos, belos. Casais aconchegados em all star, jeans e casacos en-lã-çados. Sampa. Toda sua. Imensidão de sentidos, por vezes vindos de destroços plutônicos. Aponto para os bucólicos desenhos por entre as basálticas rochas da Paulista e dalí mesmo procuro o vulcão.
Um viva à cidade que não dorme.
A FAMÍLIA
Ela se arruma para ir à igreja, cobre-se das melhores vestes. Triângulo, abaixo o quadrado, e objetivamente esse é o modo de se vestir do marido. A filha, de mediana data natalina, os acompanha babando os longos cabelos que cacheiam o estrondo do salto. Mas, alto lá, pois chove e sobre suas cabeças dois negros guarda-chuvas se movem, um sobre o casal e outro acompanhando a filha. É de seda ornada com pinduricalhos e rendas, a culpa cristã.O pai geométrico que o diga. Há tempos não se lembra do que é ser pipa, e farto está do cotidiano, que a cada coxia velada, insere os anos em seus dias de vida: essa mesma brevidade que ainda é gasta, todos os domingos, na ida ao confessionário.
9 de outubro de 2008
INSÔNIA ou O DIÁLOGO DOS PALITOS DE FÓSFOROS
auto-retrato {ligia protti}
|
-...
(pausa longa)
-Tá tudo bem?
- Ah sim, obrigada por perguntar..(uma longa inspiração) Tudo bem, sim, tive um dia cansativo e engraçado. De longe, parecia enxergar roseiras no campo.. (canta) "não mão direita tem uma roseira, autenticando eterna primavera.." sabe?! E agora crio um diálogo solitário. Ok, ok, chove lá fora..talvez seja por isso. É...seu silêncio...não pedi por isso. Acho que vou-me. Já basta. E o som da água tarda a passar. Isso me agrada, todos sabem....Rio. Rio e choro...Dia de esvaziar canais.
-Beijos
-Beijos
Assinar:
Postagens (Atom)