Varal de poesias. IC II-UFES, 2004
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31 de março de 2012
28 de março de 2012
Homenagem tardia ao instante da beira mar {no trânsito da manhã de uma terça-feira}
martins de sá {ligia protti}
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"Fonte de vida, a origem
da energia se formando:
linha d'água.
O desejo, hierarquia
de dual sensualidade:
linha d'água.
Do papel o outro nome
a imprimir nossas palavras:
linha d'água.
Leia-se mapa interior
do corpo, carta de magma,
onde se lê linha d'água."
Olga Savary
23 de março de 2012
Toda ouvidos
Ideias tardias às vezes me assaltam o pensamento. Chegam portando um outro tempo que o instante não é. Pensamentos de um outro tempo. Colocações de um presente corrido, palavras que não voltam mais. Há que se ter coragem de seguir adiante. Andante, aprendiz de rumos incertos em busca do presente, sempre. Trago um pingente no peito para me lembrar do silêncio. Atento silêncio constituinte da palavra primeva, primordial, vinda daquele que é inominável. Daqui em diante espero ouvi-lo nascendo em mim.
14 de março de 2012
Mensagem cifrada na palha do cigarro que a boca flagra
Subitamente um tanto quanto som
há quando tempo não te via
-palavras soltas como mera desculpa-
teria ficado muda
talvez nua
quem carrega água no corpo
tem desejo
da terra
dos olhos
cegos de tanto mar
éramos dois duplos
descendo ao encontro de tontos lampejos
-na hora diria desejos-
cantando rubricas silenciosas de um novo texto
entre meias verdades
os nomes de batismo
impregnados de fonemas incertos
lóbulos cheios de vertigem
regados pelos dentes
que ainda me assaltam as coxas
enquanto sigo pela estreiteza do corredor enfumaçado de mato.
há quando tempo não te via
-palavras soltas como mera desculpa-
teria ficado muda
talvez nua
quem carrega água no corpo
tem desejo
da terra
dos olhos
cegos de tanto mar
éramos dois duplos
descendo ao encontro de tontos lampejos
-na hora diria desejos-
cantando rubricas silenciosas de um novo texto
entre meias verdades
os nomes de batismo
impregnados de fonemas incertos
lóbulos cheios de vertigem
regados pelos dentes
que ainda me assaltam as coxas
enquanto sigo pela estreiteza do corredor enfumaçado de mato.
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