14 de março de 2012

Mensagem cifrada na palha do cigarro que a boca flagra

Subitamente um tanto quanto som
há quando tempo não te via
-palavras soltas como mera desculpa-
teria ficado muda 
talvez nua

quem carrega água no corpo
tem desejo 
da terra
dos olhos
cegos de tanto mar

éramos dois duplos
descendo ao encontro de tontos lampejos
-na hora diria desejos-
cantando rubricas silenciosas de um novo texto

entre meias verdades
os nomes de batismo
impregnados de fonemas incertos
 lóbulos cheios de vertigem
regados pelos dentes
que ainda me assaltam as coxas

enquanto sigo pela estreiteza do corredor enfumaçado de mato.

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