há quando tempo não te via
-palavras soltas como mera desculpa-
teria ficado muda
talvez nua
quem carrega água no corpo
tem desejo
da terra
dos olhos
cegos de tanto mar
éramos dois duplos
descendo ao encontro de tontos lampejos
-na hora diria desejos-
cantando rubricas silenciosas de um novo texto
entre meias verdades
os nomes de batismo
impregnados de fonemas incertos
lóbulos cheios de vertigem
regados pelos dentes
que ainda me assaltam as coxas
enquanto sigo pela estreiteza do corredor enfumaçado de mato.
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